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A Saia:
A saia era pregada e a barra era feita com um fio mais grosso (klos koord) que lembra um pouco uma corda. Quando a saia estava pronta, era envolta em fios na horizontal, pressionada e armazenada sob o colchão em um lençol velho.
Para cada ocasião, haviam saias diferentes. Havia a saia vermelha ou "sete cores" com listras pretas, brancas, verdes, vermelhas, azuis, amarelas e alaranjadas. Esta saia era usada inicialmente em casamentos e, mais tarde, em festas.
A saia listrada cinza-azul-preto (popularmente saia azul) era usada aos domingos e nos períodos de luto como "saia de cima".
No inverno, as mulheres usavam até cinco saias, uma sobre a outra. A saia preta-branca era a última saia do meio. A saia laranja, que era usada embaixo da saia preta e branca, tinha grandes pregas e uma bainha larga. A saia azul era usada como saia de trabalho, quando desbotava. Havia uma saia do meio que poderia ser de qualquer cor. Por baixo, uasava-se uma saia branca, com acabamento em fio branco de algodão. Havia uma saia preta de algodão, que era usada durante a semana e para trabalhar. Esta saia se tornou moda após a Primeira Guerra Mundial. Os marinheiros de Volendam trouxeram o tecido da Inglaterra. A saia preta plissada de lã, ou simplesmente, a saia plissada, com dobras estreitas, era considerada a saia modeladora.
O Avental:
Boesel era o nome dado ao avental que ia por cima das saias. Um avental de lã preto com a borda superior decorada com um "stikkie" (um tecido branco bordado ou pintado) e, até 1930, com uma tira floral de seda. A cintura era levemente pregada e aos domingos, usava-se uma fitinha azul de cetim ou de lã que era ligada ao tecido bordado da camisa por um laço. O avental era preso de tal maneira que mesmo com o uso ainda era possível ver as dobras (pregas). Para luto, usava-se o "stikkie" de cores roxa e preta.
A Camisa:
Kletje é o nome dado à vestimenta de lã preta com mangas e pequenas fendas nas laterais. Na gola, um quadrado era cortado e coberto com um tecido de seda branco, decorado geralmente com motivos florais, denominado “Kralap”. O encaixe do “kletje” com o “kralap” era feito com colchetes de gancho.
O “Kralap”:
Originalmente, o tecido de seda branco com motivos florais era usado aos domingos e durante a semana, um tecido listrado, de algodão.
Mais tarde, passou-se a usar o tecido de seda com desenhos pintados ou bordados, quase todos os “kralap” têm uma pintura floral única. O bordado era feito manualmente em um processo bastante demorado e preciso. As máquinas vieram para dar um ritmo mais acelerado ao trabalho. Era sempre muito bonito e um orgulho às bordadeiras ver um grupo de mulheres à mesa usando um “kralap” feito por elas.
O Colar:
As mulheres usam também um colar de três cordas, com contas na cor coral e um fecho de ouro, ou dourado.
O chapéu “debaixo”:
As mulheres e as meninas de Volendam usavam um chapéu preto embaixo do chapéu branco (hul). Este chapéu preto era chamado de “ondermuts” e era usado até mesmo dentro de casa. Este chapéu não estava sujeito à moda, a única variação poderia ser na altura da ponta.
Para manter a ponta do chapéu bem reta, algumas mulheres colocavam um pedaço de papel ou um cone.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o governo exigiu que havia existir uma foto de documento em que a pessoa deveria aparecer sem adereços na cabeça. Em Volendam apresentou-se grande oposição, especialmente por parte do público feminino. A mulher de Volendam não queria aparecer sem uma cobertura na cabeça, pela simples razão que muitas usavam o cabelo muito curto. Deixavam apenas na parte de trás um “raansie”, ou uma borda de cabelos. Uma foto com um chapéu preto não seria problema.
O prefeito enviou três fotos de mulheres de Volendam: uma usando o Hul (chapéu típico), uma usando o chapéu preto e uma sem adereço na cabeça. Ele escreveu junto que haveria um grande protesto se as mulheres tivessem que ser fotografadas com a cabeça descoberta. Ele acreditava ainda que muitas mulheres, especialmente as mais idosas, se recusariam a serem fotografadas sem o adereço. Finalmente, o governo se rendeu e as mulheres de Volendam puderam enviar as suas fotos usando o chapéu preto (ondermuts).
O chapéu branco (Hul):
O cristianismo escreveu que as mulheres casadas deveriam manter suas cabeças cobertas. Este também era um sinal de submissão ao marido. Não existem muitos materiais de pesquisa a respeito. Volendam não era grande e tinha se tornado relativamente isolada. Em 1574 já se escrevia sobre “oito panos de cabeça”. Por volta de 1760, depois que os fazendeiros se mudaram de Volendam, restaram na cidade pobres pescadores católicos. Eles mantiveram seu dialeto, seus costumes e seus trajes. No século 19, o distrito 7, como era chamada Volendam, foi bastante visitada por pintores estrangeiros. Em 1860, Bing e Braet escreveram em seu livro que o “hul” de Volendam tem o mesmo recorte de chapéus antigos da Inglaterra. Tratava-se de chapéu pequeno, muito leve e engomado, que ficava quase solto na cabeça e tinha pequeninas pregas na região da testa e laterais alargadas em dois pontos.